As Velas Ardem Até ao Fim

Este entrou para os meus preferidos. Uma escrita cativante e comovente, que nos faz refletir sobre a amizade e o seu valor.

Recomendo

Ficha Técnica

Título - As Velas Ardem Até ao Fim

Autor -  Sándor Márai

Editora -  Dom Quixote

ISBN - 9789722020626

Género -   Romance

Sinopse -  Um pequeno castelo de caça na Hungria, onde outrora se celebravam elegantes saraus e cujos salões decorados ao estilo francês se enchiam da música de Chopin, mudou radicalmente de aspecto. O esplendor de então já não existe, tudo anuncia o final de uma época. Dois homens, amigos inseparáveis na juventude, sentam-se a jantar depois de quarenta anos sem se verem. Um, passou muito tempo no Extremo Oriente, o outro, ao contrário, permaneceu na sua propriedade. Mas ambos viveram à espera deste momento, pois entre eles interpõe-se um segredo de uma força singular...

Sándor Márai

Celebrado autor de As Velas Ardem até ao Fim Sándor Márai nasceu em 1900, em Kassa, uma pequena cidade húngara que hoje pertence à Eslováquia. Passou um período de exílio voluntário na Alemanha e em França durante o regime de Horthy, nos anos 20, até que abandonou definitivamente o seu país, em 1948, com a chegada do regime comunista, tendo emigrado para os Estados Unidos. A subsequente proibição da sua obra na Hungria fez cair no esquecimento quem nesse momento era considerado um dos escritores mais importantes da literatura centro-europeia. Foi preciso esperar várias décadas, até à queda do regime comunista, para que este extraordinário escritor fosse redescoberto no seu país e no mundo inteiro. Sándor Márai suicidou-se em 1989, em San Diego, na Califórnia, poucos meses antes da queda do muro de Berlim.



O fio das missangas

Mais um livro de Contos de Mia Couto. Os contos são pequenos mas intensos, e com a habitual escrita deliciosa de Mia Couto.

Recomendo


Ficha Técnica

Título - O fio das missangas

Autor -  Mia Couto

Editora -  Editorial Caminho

ISBN - 9789722126984

Género -   Contos

Sinopse -  Uma vez mais Mia Couto regressa ao conto, género literário que parece ser o da sua maior realização. Estórias breves mas contendo, cada uma delas, as infinitas vidas que se condensam em cada ser humano. Uma vez mais, a linguagem é trabalhada como se fosse delicada filigrana, confirmando o que o autor disse de si mesmo: «Conto histórias por via da poesia.» São vinte e nove contos unidos como missangas em redor de um fio, que é a escrita encantada de um consagrado fabricador de ilusões.

Tudo é Rio

Tudo é Rio é um livro que nos conta a história de Lucy, uma prostituta por vocação, que se envolve num triangulo amoroso com Dalva e Venâncio. É sobre Amor, ciúme e família. 

A escrita é fluida e consegue envolver o leitor na narrativa.

Recomendo


Ficha Técnica

Título - Tudo é Rio

Autor -  Carla Madeira

Editora -  Particular Editora

ISBN - 9789898860873

Género -   Romance

Sinopse -  Suor, sangue, lágrimas, saliva, sémen. Tudo flui sem parar.

Lucy é a prostituta mais concorrida da cidade. Dalva, por contraste, é de origem familiar e muito tradicional, mulher de Venâncio, senhor de uns ciúmes doentios.

Lucy e o casal, Dalva e Venâncio, protagonizam um triângulo amoroso que se afasta dos lugares-comuns dos romances e nos faz questionar, sob formas surpreendentemente originais, quais os verdadeiros limites do perdão, até onde pode ir a intensidade de um amor, de que valores se reveste a importância da família e, acima de qualquer outra coisa nesta história, quão forte ou fraca pode ser a afeição entre mulheres.

Neste seu impressionante primeiro livro, a escritora brasileira Carla Madeira socorre-se de uma linguagem sem pudores ou complexos, com uma narrativa madura, mas ao mesmo tempo poética e imagética; e dessa forma incorpora todos os extremos, sem ideias básicas de certo e errado, apresentando-nos o extraordinário mundo de mulheres fortes, fracas, com problemas e soluções, com sentimentos e desejos reais.

Entrevista a Isabela Figueiredo

A rubrica "Entrevistas" está de regresso, desta vez com Isabela Figueiredo.

Esta autora nasceu em Lourenço Marques, Moçambique, hoje Maputo, em 1963, e veio para Portugal em 1975, após a independência de Moçambique.

Entre outras obras, escreveu o livro "A Gorda", cuja leitura já foi aqui registada.

Muito Obrigada à Isabela por ter respondido às minhas perguntas.


HT: A Isabela veio de Moçambique muito jovem. Como foi a adaptação a Portugal?

Isabela Figueiredo: Foi difícil. Dorida. Com muita desilusão sobre o país e as pessoas. Foi um processo de adaptação a um lugar de exílio. 

HT: Alguma vez sentiu o estigma dos retornados?

 Isabela Figueiredo: Senti-o todos os dias, entre a data da minha chegada a Portugal e uma que situarei de forma imprecisa em 1984, porque penso ser essa a altura a partir da qual o tema retornados saiu do discurso diário. 

HT: Li que regressou a Moçambique me 2016. Qual foi a sensação?

Isabela Figueiredo: Foi uma bela lição para quem pensava não pertencer inteiramente a Portugal, não ser portuguesa legítima. Senti-me no estrangeiro, na terra onde nasci. Conhecia todos os lugares, conhecia os hábitos, reconhecia a língua, a cultura, mas era a terra dos outros. Disse a pouca gente que eu também era de lá. Para quê? Foi a sensação de uma bofetada forte, fria e seca nas trombas. 

HT: Fez os estudos cá, trabalhou como jornalista e também deu aulas. Como é que surge a escrita na sua vida?

Isabela Figueiredo: Fiz os estudos também lá. Iniciei lá. Os estudos não se resumem à formação universitária. A escrita surgiu com naturalidade. Eu gostava de ler e, portanto, escrever era a consequência expressiva dessa prática. Percebi cedo, muito cedo, e refiro-me à escola primária, que tinha jeito para escrever.

HT: No seu livro “A Gorda”, fala abertamente da relação com o corpo, sem rodeios e “salamaleques”. Sempre teve uma boa relação com o seu corpo?

Isabela Figueiredo: Até à puberdade o meu corpo foi fácil. Era uma rapariga ágil, cujo corpo servia bem aquela que o habitava. Servir bem significa que eu não o sentia e não era alvo de qualquer atenção em particular por sua causa. Após a puberdade, muda tudo. A genética dotou-me com um corpo volumoso e paguei o preço por esse volume, que não estava na moda, embora fosse uma rapariga bonita e saudável. Desenxovalhada. Eu sabia-o. Por isso, ser alvo de troça e de rejeição era incompreensível, incoerente. Não havia nada de errado em mim e, no entanto, eu era um erro, uma anormalidade. Não foi fácil. Não desejaria voltar a viver esses tempos.

HT: Como funciona o seu processo de escrita? Tem uma rotina ou escreve quando está inspirada? 

Isabela Figueiredo: Escrevo quando estou inspirada e depois escrevo todos os dias, nas fases finais. Não percebo porque perguntam sempre isto. A semana passada perguntaram-mo quatro vezes. 

HT: Gosta de ler? Em caso afirmativo, quais as suas referências literárias?

Isabela Figueiredo: É impossível alguém chegar a escritor sem ter lido muito. 

As minhas referências literárias são conhecidas. Literatura francesa, inglesa, russa, italiana, brasileira e portuguesa. Tudo o que li me construiu um pouco.

HT: Para terminar, já pensa noutro livro ou ainda está a "aproveitar" este?

Isabela Figueiredo: Estou já no próximo, mas claro que recebo os ecos do último e estou muito contente com o que me vai chegando.

A História de Uma Serva

Vi a primeira parte da série e agora decidi começar com os livros. 

Tal como na série, o livro também é angustiante. As personagens estão muito bem contruídas, o enredo prende-nos desde o inicio e a escrita é bastante fluente.

A angustia prende-se com o facto daquilo ser passível de acontecer nos dias de hoje.

Recomendo tanto o livro como a série.


Ficha Técnica

Título - A História de Uma Serva

Autor -  Margaret Atwood

Editora -  Bertrand Editora

ISBN - 9789722525770

Género -   Romance

Sinopse -  Uma visão marcante da nossa sociedade radicalmente transformada por uma revolução teocrática. "A História de Uma Serva" tornou-se um dos livros mais influentes e mais lidos do nosso tempo.

Extremistas religiosos de direita derrubaram o governo norteamericano e queimaram a Constituição. A América é agora Gileade, um estado policial e fundamentalista onde as mulheres férteis, conhecidas como Servas, são obrigadas a conceber filhos para a elite estéril.

Defred é uma Serva na República de Gileade e acaba de ser transferida para a casa do enigmático Comandante e da sua ciumenta mulher. Pode ir uma vez por dia aos mercados, cujas tabuletas agora são imagens, porque as mulheres estão proibidas de ler. Tem de rezar para que o Comandante a engravide, já que, numa época de grande decréscimo do número de nascimentos, o valor de Defred reside na sua fertilidade, e o fracasso significa o exílio nas Colónias, perigosamente poluídas. Defred lembra-se de um tempo em que vivia com o marido e a filha e tinha um emprego, antes de perder tudo, incluindo o nome. Essas memórias misturam-se agora com ideias perigosas de rebelião e amor.

Margaret Atwood

Margaret Atwood nasceu em Otava, em 1939. É uma das mais celebradas autoras canadianas, senão a melhor, e, além de A História de Uma Serva – agora uma série de televisão multipremiada –, publicou mais de quarenta livros de ficção, poesia e ensaio. Recebeu diversos prémios literários ao longo da sua carreira, incluindo o Arthur C. Clarke, o Booker Prize (em duas ocasiões, por O Assassino Cego, em 2000, e por Os Testamentos, em 2019), o Prémio Príncipe das Astúrias para a Literatura, o Pen Center USA Lifetime Achievement Award e o Prémio da Paz dos Editores e Livreiros Alemães. Foi ainda agraciada com o título de Chevalier da Ordem das Artes e das Letras de França e com a Cruz de Oficial da Ordem de Mérito da República Federal da Alemanha. Uma das mais ativas vozes do feminismo moderno, na ficção e na não ficção, está traduzida para trinta e cinco línguas. Vive em Toronto.

Margaret Atwood recebeu, em 2022, o título de Doutora Honoris Causa, atribuído pela Universidade do Porto pela «extraordinária qualidade da sua obra literária, a importância da sua reflexão intelectual e a pertinência do seu combate público por uma sociedade mais justa, digna e sustentável.»



A Malnascida

"A Malnascida" é um livro sobre rejeição, pobreza e, acima de tudo, sobre amizade e amor.

Numa Itália fascista, Madalena e Francesca lutam por uma amizade que não é aceite por todos, mas que é forte o suficiente para sobreviver.

A escrita faz-me lembrar a de "Elena Ferrante", numa narrativa muito bem conseguida.

Recomendo



Ficha Técnica

Título - A Malnascida

Autor -  Beatrice Salvioni

Editora -  Alfaguara Portugal

ISBN - 9789897848728

Género -   Romance

Sinopse -  Com ecos de autores como Natalia Ginzburg, Alberto Moravia ou Elena Ferrante, eis a estreia fulgurante de uma escritora cuja mestria literária se dedica, neste romance, à procura da origem do mal e dos obstáculos à liberdade individual.

Monza, Itália, 1936. Francesca, de 13 anos, está nas margens do rio Lambro, vergada sob o peso de um homem morto que tentou violá-la. Maddalena, amiga de Francesca, sai da água e ajuda-a a livrar-se do corpo: escondem-no no meio de arbustos. Este momento é um marco inolvidável na relação entre as duas raparigas, que começa um ano antes, quando Francesca se deixa fascinar por aquela a quem todos chamam «a Malnascida»: uma rebelde de origens humildes e com estranhos poderes.

Contrariando a vontade da sua mãe, obcecada pelas convenções sociais burguesas, e ignorando os rumores que atribuem várias mortes à Malnascida, Francesca junta-se ao seu bando de amigos problemáticos, ávida por descobrir um modo de vida em absoluta liberdade. Entre as duas amigas, contudo, imiscui-se a guerra e o fascismo. Francesca e Maddalena terão de fazer uma difícil escolha: aliar-se contra a opressão social e a injustiça, ou deixar que o curso da História as separe para sempre.

A Malnascida é o elogiado romance de estreia da italiana Beatrice Salvioni, distinguido com o prémio literário Scuola Holden, criado pelo premiado escritor Alessandro Baricco. Uma inesquecível história de amizade e crescimento, sob o pano de fundo da Itália fascista.

Beatrice Salvioni

Beatrice Salvioni nasceu em Monza, Itália, em 1995. Formou-se em Filologia Moderna pela Universidade Católica de Milão. Foi aluna da Scuola Holden, dirigida por Alessandro Baricco, e ganhou o Prémio Calvino 2021, com o conto «Il volo notturno delle lingue mozzate», bem como o Prémio Raduga 2021. A malnascida é o seu primeiro romance, com o qual obteve o Prémio Scuola Holden e cujos direitos foram vendidos a trinta e dois editores antes da publicação em italiano. Será adaptado a série televisiva.



A Morte de uma Livreira

Não sei se se este livro se pode inserir na categoria de Thriller, mas anda lá perto.

É um livros obscuro, com personagens fortes e que nos consegue prender "qb". Gostei mas não amei.




Ficha Técnica

Título - A Morte de uma Livreira

Autor -  Alice Slater

Editora -  Edições Gailivro

ISBN - 9789892359212

Género -   Policial e Thriller

Sinopse -  Roach - livreira, solitária e fanática por true crime - não está interessada em fazer amigos. Tem toda a companhia de que precisa nos seus livros de serial killers, podcasts de homicídios e no seu caracol de estimação, Bleep.

Assim é, até Laura entrar para a livraria. Com os seus bonitos sacos literários e o seu sorriso reconfortante, ela é a livreira preferida de todos. Mas, por baixo do verniz brilhante, Roach sente uma escuridão dentro de Laura, a mesma escuridão que ela própria possui. E quando a curiosidade se transforma em obsessão mórbida, Roach fica determinada a fazer parte da história de Laura - quer Laura a queira nela ou não.